sábado, 10 de maio de 2008

O protesto da esquerda no 1º de maio

Uma pequena multidão da esquerda radical se reuniu hoje (1º de maio) na Praça da Sé para protestar e reivindicar os direitos trabalhistas. O número de pessoas é tímido em comparação aos seis milhões esperados nos palcos da Força Sindical e da CUT.
Bandeiras encobrem a pequena multidão. Protestos acontecem também por meio de manifestações culturais, teatro e dança ao ar livre. Bonecos gigantes dançam no meio do povo. Há barulho com tambores, panelas e objetos diversos.
Os estudantes fazem sua parte e são um dos principais responsáveis pelo barulho. Com cornetas, tambores, trombones eles gritam e cantam seus hinos de protesto. Diego Siqueira, de 24 anos diz que participa de movimentos sociais desde os 16, quando ocupou a sede da Fuvest, exigindo isenção da taxa de inscrição do vestibular. “Somos uma minoria que quer se transformar em milhões na luta pela segurança, contra o desemprego, e a precarização do transporte coletivo oferecido ao trabalhador.”
É mais do que comemoração, aliás, não é comemoração. A cada um que se perguntasse “O que faz aqui”, a resposta parece que foi combinada: “Reivindicando melhores condições de trabalho”. Mas não era a única reivindicação, os ativistas gritavam pela redução da jornada sem redução do salário, 13º para todas as classes de trabalhadores e outras propostas.
Segundo André Ferrari, ex sindicalista, ex professor e hoje empenhado na luta de classes por causas comunistas, a ação não é uma festa, nem sorteio de carros e apartamentos, pois, não há o que se comemorar enquanto o trabalhador é explorado e se tem aproximadamente 10% da população nacional, aptos ao trabalho, desempregada. Ele afirma que o verdadeiro sentido combativo do primeiro de maio é mascarado pela burguesia com festas. “Não há o que comemorar quando se tem uma reforma trabalhista que tira os direitos dos trabalhadores.”
Ironicamente, um ato que visa defender os direitos dos trabalhadores, não estava lotado deles. O manifesto político teve como público praticamente os moradores de rua da Praça da Sé, visto que as demais pessoas participam de algum grupo ativista ou partido político.
Para André, os poucos presentes vale mais do que os seis milhões que estarão nos outros palcos, pois, são pessoas condutoras de ideais e participam ativamente em seus locais de trabalho e na sociedade. Ele vai mais longe e critica a CUT e a Força Sindical. “Alguns carros e apartamentos não resolverão os problemas da classe trabalhadora. Relativizo essas manifestações, pois, quem está lá não está apoiando esses sindicalistas, eles estão lá para ver seus artistas, estão se divertindo.”
Quando o palco móvel saiu pelas ruas do Centro da capital paulista, parecia que as pessoas se tornaram mais enérgicas. Os tambores soaram mais fortes, o desejo de mudança parecia evidente e sincero. Do palco, Zavalão, outro ativista de esquerda ainda mais radical criticou a CUT e a Força Sindical de tomarem champanhe e comemorarem o assalto ao bolso do trabalhador. Disse ainda que os objetivos dos radicais é a independência da classe trabalhadora, que pensa além do socialismo e caminha rumo ao comunismo.

Irreverência e autenticidade da banda Porcas Borboletas

A Virada Cultural também foi a virada das oportunidades. O palco Festivais independentes com nome sugestivo é a prova disso. Bandas vieram de diversas partes do país para se apresentar e certamente é uma experiência positiva para os artistas anônimos.
Quando o dia amanheceu no espaço do Páteo do Colégio, havia apenas um público tímido, mas à medida que o Sol foi se mostrando, pessoas à procura de arte e músicas alternativas começaram aparecer.
Faltando quinze minutos para as dez horas de domingo (27) o grupo Porcas Borboletas, de minas Gerais, se apossou do palco e, fez o público cantar suas músicas desconhecidas. Irreverente, um dos vocalistas da banda, Tanislau, de 30 anos fez brincadeira e despertou a galera fazendo muitos dançarem suas músicas que parecem rock, mas não é bem isso lembra o pop, mas também não é. É como o próprio grupo gosta de se intitular “Porcas Borboletas é uma banda sem rótulos, mas com logotipo”. Em síntese, uma marca própria.
A apresentação foi mais do que musical, foi teatral. É como se os cantores e músicos se tornassem também atores. Tanislau diz que é muito gratificante poder apresentar para uma platéia tão numerosa em São Paulo. “É uma oportunidade e tanto que nós e outros colegas temos de apresentarmos nossos trabalhos”. Diz.
Não pude entrar na parte interna para entrevistar os artistas, mas pedi para chamá-lo e ele veio responder minhas perguntas com a maior simpatia. Como os ensinamentos do livro “O Monge e o Executivo” aí é que está o segredo do sucesso, a humildade.
Quem procurou música alternativa diz que gostou. Julia Spelta, 19 anos ficou sabendo do grupo por intermédio de um amigo. Ela que estava nas ruas desde a abertura da Virada às 18 horas de sábado diz que pretende ficar até o final. “Quero fechar com chave de ouro, com Rock alternativo. Estou gostando muito da apresentação do Porcas Borboletas”.
Julia diz que a Virada Cultural é um evento positivo para a cidade e para os moradores porque proporciona oportunidades não só para os artistas, mas promove a cultura para todos.

Faces da Virada Cultural

Ontem e hoje, 26 e 27 de abril, as ruas de São Paulo foram tomadas por uma multidão. Tem cultura para todos os gostos e os mais variados biotipos de pessoas com objetivos comuns: se divertir e curtir a virada cultural.
Ruas e Praças como a Julio Mesquita e República, que normalmente serve de abrigo para mendigos, de repente são preenchidas com música, cultura, alegria, drogas e as mais variadas bebidas.
Em cada esquina da região central, uma manifestação cultural. É uma exposição de estatuas humanas no Viaduto do Chá, é um show de rock na Praça da República. São palhaços que se equilibram no monociclo e atrizes que interpretam a literatura brasileira na Rua São Bento. Janelas se tornam camarotes.
A cada esquina, uma nova descoberta. Amigos se reúnem para tocar flauta e tam-tam, uma combinação que resulta em um som semelhante ao maracatu. Vencidos pelo cansaço, muitos se rendem e dormem na grama, outros exageram na bebida e passam mal. Sujou a rua, fez xixi na calçada.
Os amantes da dança se reúnem em vários lugares. O Teatro Itália é um deles, em uma espécie de aula e apresentação de dança de salão. Quem chega fica à vontade para dançar com um instrutor, ou não se preferir. Aí, mais uma vez se manifesta o encontro de gerações.
Ambulantes e comerciantes defendem seus ganhos. Vendem tudo rapidinho e correm para repor as mercadorias. O evento aqueceu sua economia. Os estacionamentos também agradecem o movimento.A festa é democrática! Em outro ponto, música eletrônica. Djs em um globo colocado no alto agitam a galera. Há até inovação: o "silent disco", onde se ouve o som em um fone de ouvido. Quem não se ateve perdeu celular, máquina fotográfica... Aqui "pode" fumar maconha, e cheirar cocaína livremente. Se você entrou lá enganado foi difícil sair.
Os prédios estão iluminados, parece que a cidade está mais viva, artistas fazem malabarismo no ar.Do outro lado, na Praça da República, um morador de rua procura entender o que está acontecendo. Sua expressão não é de satisfeito. Sentado na grade do jardim, é como se ele falasse consigo " invadiram meu lar, estou com sono, mas com esse barulho é impossível".
O dia amanhece, mas a cidade não esvazia. Muitos literalmente viraram. No palco das "Produções Independentes", um pequeno público independente. O Sol ilumina, muitos dormem e os eventos não param.
Já dá para perceber algumas conseqüências. O lixo vai se aglomerando nas calçadas e gramados. É um evento grande e organizado, isso é normal! As pessoas precisam se conscientizar.A tarde vai cedendo espaço a uma noite agradável. Alguns palcos encerram suas atividades, mas o público não quer ir embora. Aglomera-se onde tem música. A Praça Júlio Mesquita não comporta mais pessoas, é preciso se espremer.
A diversão final fica por conta de Jorge Ben Jor. Ainda há energia e o público quer gastar. Estouram os fogos, o público vibra com desejo de "quero mais" e começa voltar para casa. Acabou!E amanhã como o centro estará?

Teatro Municipal abre as portas para o público

Um dia diferente no Teatro Municipal de São Paulo. O glamour dá espaço às filas, as roupas de gala são substituídas por tarjes informais. Os moradores de São Paulo têm a oportunidade de conhecer o interior do tradicional teatro.Durante as 24 horas da Virada Cultural foram apresentados nove espetáculos, reedição de discos das décadas de 60 e 70.

A Cantora Márcia Barbosa, que cantou canções do disco "O importante é que nossa emoção sobreviva" diz que está vislumbrada com a com o evento e se emocionou com a receptividade do público. "Eventos como esse deveriam acontecer pelo menos a cada três meses" diz Márcia.Segundo a cantora a Virada Cultural é em resumo, uma democratização da cultura, pois, permite que pessoas que nunca entraram no Teatro Municipal, por exemplo, contemplem uma arte até então desconhecida e pouco difundida. "As pessoas não podem ser obrigadas a assistir uma coisa que não gostam". Completa Márcia.

Do lado de fora do teatro o público aglomerava se em filas com centenas de metros. Foi assim durante toda a noite de sábado e no domingo, principalmente uma hora antes de começar os eventos.A estudante Flávia Alves, de 21 anos, que estava na fila antes de começar o show "Onze sambas e uma capoeira", com Paulo Vanzolini, diz que sempre teve vontade de conhecer o teatro e assistir um espetáculo, mas nunca teve a oportunidade. "Estou ansiosa e espero que goste".Virginia Batista, 19 anos, também estudante, ainda não tivera a oportunidade de assistir um espetáculo no teatro municipal. Segundo ela suas condições financeiras não possibilitam. "Gostei muito da apresentação, superou minhas expectativas".

Nomes como Marcos Pereira, Ana Bernardo, Cláudia Moreno e Germano Mattos interpretaram músicas do sambista Paulo Vanzolini. Apesar de ter gostado da apresentação, Virginia afirma que só conhecia o Paulo de nome, por ser um dos percussores do samba de raiz, os demais artistas, jámais ouvira falar. Segundo ela, porque as pessoas de forma geral ficam bitoladas na mídia de massa. "A mídia nos priva de conhecer mais a cultura de nosso país, por conta da indústria cultural" completa Virginia.Nas saídas das apresentações falta glamour, mas sobrou expressões de prazer e satisfação nos rostos das pessoas.

Gal Costa na Virada Cultural

Noite de sábado, clima agradável e cenário propício para uma Virada Cultural perfeita. A cantora Gal Costa enche a Praça Julio Mesquita, Palco São João, de pessoas alegres e divertidas.
Enquanto ela canta seus principais sucessos, o público dança, bate palmas e vibra quando ela sacode seus cabelos. Casais trocam carinho e ficam agarradinhos. Devido à aglomeração de pessoas, há também xingamentos, empurra-empurra, mas nada que estrague a festa.
O show de Gal como o encontro de gerações. Havia vários grupos de jovens senhores e senhoras com mais de seus sessenta e alguns anos. O Sr. Jorge Ghussn, 67, é um deles. Ele veio de Ibitinga, interior do Estado, para curtira a Virada Cultural.
Exibindo jovialidade, o Sr. Jorge mostra que está em forma, dançando e se divertindo no meio da galera. “Estou me sentindo integrado e à vontade para me divertir” Ele se diz contente por estar vivendo uma experiência inédita e sua vida e por já ter curtido quatro horas de festa e não presenciar nenhuma cena de violência. “Estou gostando e admiro muito a Gal”. Completa.
Mas ele não era o único, havia centenas de jovens com sua faixa etária. Diferente dele, a Sra. Otília Husek, também de 67 anos, teve a festa praticamente na sua porta. Ela que em 2007 ficou até as quatro horas da manhã pretende repetir a dose. “Não sei se vou agüentar, mas voltarei amanhã para acompanhar outras programações”.
O show de Gal e a Virada no geral, foram acompanhados por muitos turistas vindos do interior de São Paulo, Paraná e outros estados.

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Telefônica, Panamericano e Atlântico Investimentos, sinônimos de falta de caráter

Semana passada fiquei estarrecido ao chegar em casa e me deparar com duas cartas: uma do SPC (Serviço de Proteção ao Crédito) e outra da Serasa. Ao que me conste na memória não deixei de pagar nenhuma conta. Quando liguei no telefone informado em uma das cartas descobri que se tratava de um conta telefônica.

- Mas como? Indaguei ao atendente - Pois tive uma linha telefônica há quatro anos e cancelei-a por a empresa Telefônica não cumprir com o valor acordado para assinatura.

Esse blog não tem o intuíto de postagens pessoais, mas preciso desabafar. Foi muito mal atendido por um atendente que aparentemente não sabe lidar com pessoas. Eis que ele informou que a empresa que estava efetuando a cobrança seria a "Atlântico Investimrntos" e mais tarde descobri que quem está por trás disso tudo é o Banco Panamericano.

É impressionante como esse pessoal faz tudo errado, mas pior ainda é a falta de idoneidade das empresas Telefônica, Panamericano e essa desconhecida Atlântico Investimentos. Sem se quer um contato para esclarecimentos ou uma carta via correio, já vai sujando o nome das pessoas.

O cúmulo do absurdo é que passei um fax de próprio cunho há uma semana, conforme solicitado pelo atendente estúpido, e até o momento não obtive resposta. Espero que demorem só mais um pouquinho e se algum dano moral me for causado, não hesitarei em processar essas empresas.

O Monge e o Executivo

A linguagem é simples e o tema abordado tão quanto, eu diria até “feijão com arroz”. Apesar de muito debatidas em livros de auto-ajuda, as teorias e ensinamentos que o livro “O Monge e o Executivo” trazem são essenciais para a sobrevivência nas selvas corporativas.


É leitura obrigatória para para gestores cujo super-ego supera a grandiosidade da essência humana. O livro é uma lição de liderança que mostra a diferença entre liderar com autoridade e liderar com poder, onde no segundo caso muitos “Gerentes” abusam de seus cargos para ordenar tarefas e obter resultados em interesses próprios.


O autor esclarece que ninguém gerencia o próximo, apenas suas próprias vidas e leva as pessoas refletirem sobre suas ações com colegas de trabalho e até mesmo o relacionamento familiar.

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Saúde vendida como mercadoria

Nos últimos anos a saúde pública se tornou um caos e as pessoas foram obrigadas a buscar alternativas de suprir suas necessidades e não ficar à mercê dos serviços do governo. Um abuso, uma vez que já pagam muitos impostos para isso.
Ocorre que esses fatores contribuiram para aumentar as carteiras de seguradoras e medicinas de grupo. Entretanto, alguns desses setores tratam a saúde como mercadoria, um produto para gerar lucro.
Quem paga a conta mais uma vez é o contribuinte que se vê sem saída diante dos monopólios.
No ano passado houve uma onda de Ipos no setor, que começou bem e fez com que algumas dessas empresas triplicassem seus patrimônios, mas a gestão equivocada e entrada precoce no mercado de ações contribuiu para que a médio prazo elas perdessem credibilidade com os investidores.
Recentemente a divulgação do novo ROL de procedimentos da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) fez com que as ações do setor despencassem ainda mais. Mesmo com o mercado em alta, elas não conseguem acompanhar o aumento do índice da Bovespa e se mantém com indicadores negativos.
Para quem quer investir nas empresas de medicina de grupo e seguradoras de saúde com capital aberto, esse é o momento, pois, há possibilidades de recuperação e, no momento as ações estão cerca de 35% abaixo do que realmente valem.

quinta-feira, 27 de março de 2008

Como ganhar dinheiro na Bovespa

Início de ano, correria e uma corrida intensa atrás de lucros na Bovespa... E o meu blog vai ficando sem atualização. Às vezes me pergunto se alguém lê essas coisas que escrevo. Em meio ás postagens nenhum comentário e aí concluo... Acho que não tenho recebido visitantes.
Aprender investir em ações. Eis a questão também queria...Mas definitivamente fico cada vez mais convicto que não é um mercado para especulação.
Investir em longo prazo é o caminho para que deseja sucesso financeiro no mercado acionário. Já quem deseja especular até consegue lucrar uma boa grana, mas é uma tarefa que requer além de muita sorte, conhecimento do mercado e disponibilidade para ficar no mínimo oito horas na tela do computador.
O Day Trade é a opção para quem não dispõe de dinheiro para investir. O especulador compra ações por um valor e vende-as no mesmo dia por uma quantia maior. Mas se o mercado cair um mínimo o prejuízo é certo, visto que além de ter que vender as ações desvalorizadas em comparação à compra, tem que pagar as despesas de corretagem.
O ideal é que as ações sejam compradas em fim de crises, pois está com valor baixo, mas ao mesmo tempo está recuperando gradativamente e as chances de subir são maiores. Em dias de volatilidade como ocorre essa semana o risco é eminente, pois, diariamente algumas ações chegam oscilar R$ 1,50.
Ex.: Você compra 500 ações da Vale do Rio Doce a 49,50 e ela se valorizou ao máximo. Lucro descontando as despesas do banco de mais ou menos R$ 610,00. Lembre se de que o inverso pode ocorrer e você ficar com um saldo negativo no mesmo valor ou esperar o mercado recuperar, para tanto tem que ter dinheiro na conta.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

A orquestra da vida e das palavras de Joel Silveira

Por Eveli Rocha

No dia 23 de setembro de 1918, no interior de Sergipe, mais precisamente na cidade de Lagarto, nascera aquele que talvez não mudou a história do jornalismo no Brasil, mas muito contribuiu para a criação de uma forma romântica e inovadora, aquele que seria um dos percussores do jornalismo literário.
Poucos relatos irrelevantes descrevem o que fez até seus 19 anos. Atuou em alguns veículos de comunicação locais, teve intrigas com o pai e finalmente resolveu desembarcar, abordo de um navio a vapor, no porto do Rio de Janeiro. Ícone do jornalismo literário. Joel Silveira!
No bolso o suficiente para comer e morar por dois meses, na mente e na alma os sonhos e a coragem de um guerreiro. Trazia consigo uma única referência à qual não hesitou bater a porta: era um semanário “Dom Casmurro”, um dos mais importantes da época. Por sorte, competência ou algo similar, saiu de lá empregado. Não demorou mais que seis meses para que seu nome aparecesse no expediente como secretário de redação.
Autenticidade e idealismo se uniriam em Silveira, para transformar o jovem do interior, em um dos maiores e melhores jornalistas do Brasil. Foi no semanário Diretrizes que Silveira ganhou repercussão Nacional. Especialização: destilar veneno entre as palavras. Característica que fez Silveira herdar do “poderoso chefão” do Diários Associados, Assis Chateaubriand, o alcunha de Víbora. Não é para menos, ele não se incomoda em alfinetar políticos, celebridades, e até as mais inofensivas categorias que enfeitam a sociedade.
Atrás de belas palavras estava a ironia de Silveira escondida. Ela vinha nua como uma criança que acabou de nascer. Sua coleção de mal dizeres é quase infinita, nem o Papa Pio XII escapou de seu veneno. “Foi a celebridade mais idiota que conheci”.
A literatura é a fonte que umedece os textos de Silveira, mas adicionados a boas doses de maledicência. E note que muitas vezes não é ideologia, é pura provocação. Mas quando o assunto é a elite emergente da década de 40 em São Paulo, aí sim ele provoca mesmo. O jornalista dos presidentes, mais um de seus nomes da coleção, foi considerado pelo então presidente Getúlio Vargas como doutor em jornalismo.
“Jornalista tem que ter bandeira, não pode ser a favor de tudo”. Foi nessa linha editorial que escreveu duas reportagens que marcaram a história do Jornalismo Literário. A primeira se estampou nas manchetes em 1943, como uma forte provocação à elite: “Eram assim os grã-finos em São Paulo”, onde flores e veneno se misturam entre palavras para criticar uma sociedade que em plena segunda guerra mundial desfruta imensa futilidade.
Dois anos mais tarde Silveira cutucaria novamente com suas palavras, aqueles grã-finos. O alvo seria o casamento da filha do Conde Francisco Matarazzo com João Lage, um milionário, italiano. “A milésima segunda noite na Avenida Paulista”, foi uma reportagem tão rica e cheia de trocadilhos que mais tarde se transformaria em um livro.
A segunda guerra foi mais um período de destaque e iluminação para o maestro das palavras. Em entrevista à IstoÉ, criticou a cobertura que os jornais fazem nos dias atuais “Antes o jornalista corria os mesmos riscos que um soldado, pois ficava junto com eles à frente do perigo. Hoje a cobertura é realizada de um quarto de hotel.”
Como uma metade que o completava, Silveira sempre cultivou sua paixão pela profissão de repórter. Recusou inúmeras propostas tentadoras, onde poderia ostentar altos salários e poder nas redações, tudo em nome da boa reportagem.
Quando o assunto é cultura, a resposta é afiada, na ponta da língua para despontar como furada ferina na reputação de autores que mais o queriam ver como inimigo. Afirma sem ressentimentos que o Brasil só tem dois grandes autores dignos de serem chamados escritores: Graciliano Ramos e Machado de Assis. “O resto, é resto”. Apesar de ter sido amigo – que mais parecia amigo da cobra – de Jorge amado, afirma que suas obras são uma porcaria.
Sessenta anos é o tempo que Silveira se dedicou ao Jornalismo. Só os bons conquistam um portifólio como o seu. Sua coleção de livros lançados é de cerca de 40 e pelo dom da sinfonia que fazia com as palavras conquistou o prêmio Machado de Assis, um dos mais importantes da Academia Brasileira de Letras, pelo conjunto de suas obras. Fazem parte da coleção prêmios como Libero Badaró, Prêmio Esso Especial, Prêmio Jabuti e o Golfinho de Ouro.
O tempo sempre cruel com todos, foi esgotando as habilidades desse maestro de palavras. Um sentido ficou intacto. Como toda e boa víbora, a produção de veneno nunca se esgotou. Devido um problema de diabetes que afetou as vistas, seus olhos não mais puderam apreciar as quase infinitas linhas existentes em 15 mil livros empoeirados em sua biblioteca particular.
Acompanhava o mundo através da janela de seu apartamento, da TV e dos jornais que eram lidos por sua filha. Do mundo atual ou da história moderna, não há quem passasse pelo jornalista como indiferente.
De Silveira ficou a história, seus livros, matérias e textos que jamais foram publicados. No dia 15 de agosto de 2007, o Brasil e principalmente o jornalismo brasileiro perdeu um patrimônio que circulava e acumulava de forma industrial cultura, sabedoria e crítica.
Dizem que ele carregava consigo um tumor e não se cuidou, mas aos 88 anos, é hipocrisia dizer que morreu de alguma patologia. Viveu intensamente e foi se em um momento que a carcaça humana não suportava mais um corpo tão pesado, mas de alma tão lúcida.

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

O poder da mídia no mercado de valores

Além de influenciar decisões políticas a mídia é uma potente arma na tomada de decisões econômica e atualmente é ela que move a Bovespa e as bolsas de valores pelo mundo. E poderia ser considerado como algo positivo para os investidores, caso seu alarde tivesse o mesmo teor quando o boato é positivo.
Ocorre que quando as coisas andam bem no mercado financeiro, não se ouve praticamente nada a respeito. O Brasil por exemplo, divulgou recentemente um dos melhores resultados de sua economia. Em 2007 a taxa de pessoas com carteira de trabalho assinada subiu, no entanto, os investimentos continuam influenciados pela economia americana e é claro, pela mídia.
Amanhã haverá a reunião da Fed que decidirá corte na taxa de juros e certamente influenciará positivamente caso seja de 50 ou mais pontos. Além disso os relatórios divulgados periodicamente sobre a economia americana continuarão decidindo o rumo das bolsas mundias e determinando sua volatilidade.
Hoje a Bovespa teve uma alta significante duarante o período entre manhã e tarde, mas logo o pecimismo voltou mudar o humor dos investidores. O mercado permaneceu volátil o dia inteiro e a Bovespa fechou com alta de 1,60 em relação ao último fechamento. Todo cuidado é pouco para quem pretende realizar um day trade e não dispoe de dinheiro caso a operação não seja bem sucedida.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Discurso de Bush pega mal no Brasil

Na última sexta feira o presidente dos Estados Unidos discursou sobre as medidas a serem tomadas nos próximos dias para melhorar a economia do país. Acontece que suas declarações não são nada animadoras e obviamente assustou o investidor que não entendeu o que Bush quis dizer.

O feriado nos EUA contribuiu ainda mais para a crise que se tornou eminente. As Bolsas asiáticas e européias despencaram e no Brasil não poderia ser diferente. A Bovespa tem uma forte queda de -5,88%, até o final da tarde.

As ações da Vale do Rio Doce, que fechou na sexta-feira com resultado positivo em comparação com as oscilações do dia, despencaram. A Vale PNA chegou ter uma queda de 10% com ações cotadas a R$ 42,30, valores bem diferentes dos R$ 54,00 do início de dezembro do ano passado.
A expectativa é que com a volta das atividades bancárias americanas amanhã o mercado comece recuperar. Para quem tem sangue frio e dinheiro para investir, tudo indica que esse seja o melhor momento.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

O retorno e competição acirrada na Bolsa

Após dois meses sem atualizar o blog retorno para acompanhar a movimentação da Bolsa de Valores. Mesmo de férias e curtindo as belas praias de Ilhéus – BA, vejo que a competição está acirrada na Bovespa.
Destaque para a Embraer ON, que há dias apresentava um desempenho ruim, ontem teve oscilações chegando a um resultado relativamente bom, fechou o dia em baixa R$ 20,35. Hoje a ações da empresa apresentam resultados animadores e uma disputa acirrada entre investidores.
Os melhores negócios realizados até o meio da tarde giram em torno de R$ 20,90. O bom desempenho está relacionado à divulgação do resultado de entrega de aviões em 2007. A empresa bateu o recorde histórico em 2007, entregou 169 jatos atingindo a meta para o ano. Isso está motivando os investidores e diretamente ligado à alta das ações.
As expectativas dos investidores ficam reservadas para amanhã, quando o presidente da FED divulgará as perspectivas para a economia dos Estados Unidos. Enquanto isso não ocorre, os investidores das demais empresas têm que se contentarem com o desempenho regular da Bovespa, que está mais para ruim.